quinta-feira, 21 de março de 2019

SOPA DE MEIAS - A EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA

Depois da gravação dos vídeos com a história e a receita de sopa de meias, decidi apresentar os vídeos às crianças, mas com um complemento: levar uma pequena amostra da sopa para que elas provassem. 

E resolvi contar sobre isso aqui porque os resultados foram melhores do que o esperado! 

(As atividades foram feitas com as turmas do Pré 1 ao 5º ano). 

A sequência de atividades foi a seguinte: 
  1. Exibição do vídeo "SOPA DE MEIAS
  2. Apresentação do livro "HISTÓRIAS DE DAR ÁGUA  NA BOCA", de Rosane Pamplona 
  3. Leitura do conto "NÃO FOI SOPA", onde a autora conta uma memória negativa na infância com relação a uma sopa horrorosa que ela teve que tomar 😝
  4. Exibição do vídeo "COMO FAZER SOPA DE MEIAS" 
  5. Explicação dos conceitos de metade (meio/ meia) que aparecem na receita de várias formas
  6. Oferecimento aos alunos de uma pequena prova da sopa pronta. 

E o que aconteceu? 

Primeiro, uma grande curiosidade para saber como a "meia" iria entrar na sopa (rsrsrs). Riram quando perceberam a brincadeira contida na proposta. Depois que viam a receita, muitos se animaram rapidamente a provar. 




Servi a sopa gelada (porque a atividade aconteceu em março, numa semana de muito calor). Em pequeninas porções servidas em copinhos de café com colherinhas. 

E então...

  • A maioria dos alunos AMOU 💗 Alguns repetiram muuuuiiiitas vezes!!! 
  • Cerca de 10% das crianças não provaram ou provaram e disseram que não gostaram. 
  • Algumas crianças queriam levar para casa para que a mãe provasse (rsrsr)
  • Algumas me deram o retorno pessoalmente ou pelas redes sociais dizendo que pediu para a mãe fazer em casa e que todo mundo aprovou. 
  • Na semana seguinte, professores e alunos  me pediram a receita por escrito. 
  • Alguns professores disseram que vão realizar desdobramentos pedagógicos a partir da história (principalmente em Matemática) 
Foi mais uma daquelas atividades onde conseguimos atingir objetivos pedagógicos de forma muito lúdica e aprazível. E que fica na memória! 

Gratificada... 😊

👉 Algumas considerações:
  • A prova do alimento é sempre uma oferta. A criança não pode ser forçada a experimentar, nem ser constrangida quando se negar a participar. 
  • Cuidados de higiene no preparo e na forma de servir são essenciais. 
  • Devemos provar e avaliar bem o sabor antes de servir. O segredo desta sopa está equilíbrio de sabores (quantidades iguais de legumes utilizados) nos temperos (usei manjericão, manjerona, hortelã-pimenta, salsa, orégano e uma boa dose de azeite). Sem abusar do sal! 
E além de tudo o que já foi falado aqui, trabalhar com receitas é sempre uma forma legal de fazer uma aproximação com as famílias dos nossos alunos. 

E você leitor, o que acha? Quer me contar uma experiência experiência pedagógica que já vivenciou com a gastronomia? 


Eu sou a Marisa, das Histórias Viajantes. 
Professora, contadora de histórias, Pedagoga pós Graduada  em Formação de Leitores. 
Trabalho numa sala de leitura de uma escola pública. Atualmente atendo a 16 turmas por semana, do Maternal ao 5º ano do Ensino Fundamental. Realizo empréstimos, leituras e contação de histórias. Muitas vezes, procurando fazer uma ponte entre o trabalho de formação de leitores e a demanda que os professores apresentam. 









SOPA DE MEIAS - A RECEITA

Como eu disse anteriormente, a leitura da história "Sopa de Meias" ("Histórias de dar água na boca" de Rosane Pamplona) e depois o lançamento do vídeo no Canal HVs, gerou um desdobramento interessante: levar as crianças a experimentarem a tal "SOPA DE MEIAS"... 

O trocadilho é evidente e aproveitamos para numerar o vídeo no canal como 10¹/² (uma continuidade do vídeo nº 10) 

Confira o vídeo da receita no canal e logo abaixo, a receita por escrito: 



RECEITA DA SOPA DE “MEIAS”

Ø  LEVE PARA REFOGAR:

2 ½ COLHERES DE AZEITE
½ CEBOLA PICADA
½ COLHER DE ALHO PICADO

Ø  DEPOIS ACRESCENTE:

½ CANECA DE CENOURA PICADA
½ CANECA DE ÁGUA

Ø  COZINHE UM POUCO E ACRESCENTE OS OUTROS  LEGUMES PICADOS 

½ CANECA DE BATATA
½ CANECA DE INHAME
½ CANECA DE CHUCHU
½ CANECA DE TOMATE

Ø  COLOQUE MAIS 2 ½ CANECAS DE ÁGUA E COZINHE POR MEIA HORA
Ø  DESLIGUE O FOGO E TEMPERE:

½ COLHER DE SOPA DE SAL
½ COLHER DE CHÁ DE ACAFRÃO
½ COLHER DE CHÁ DE ORÉGANO
½ XÍCARA DE TEMPERO VERDE
(COLOQUE MAIS AZEITE  A GOSTO)

Ø  DEIXE ESFRIAR E LEVE PARA BATER NO LIQUIDIFICADOR ATÉ FICAR BEM CREMOSA
(Dica: coloque cubos de gelo na panela para a sopa esfriar mais rápido) 

👉 Dica  Pedagógica: 

Trabalhar a "RECEITA DA SOPA DE MEIAS" possibilita explorar conceitos matemáticos (meia, meio, ¹/² ,  metade, divisão, frações...) e/ou ainda incentivar as crianças a conhecerem e consumirem legumes numa receita bem natural e saudável! 

Porém, para tudo fazer sentido e ter um planejamento "fechadinho", é importante apresentar a história, seja com a leitura do livro ou apresentação do vídeo! 


SOPA DE MEIAS - A HISTÓRIA

Retirada do livro "Histórias de água na boca" (Rosane Pamplona),  a história da "Sopa de Meias" já era uma diversão quando eu fazia a leitura do texto (um conto popular que fala sobre avareza e um certo "dar o troco" de forma engraçada).  




Então, ela foi escolhida para ser o fechamento da primeira temporada do Canal HVs. Com a novidade de trazer um convidado para contracenar comigo: Reginaldo Damasceno - vizinho e fã do canal. 

Foi trabalhoso, mas muito divertido (como sempre!). 

O resultado pode ser conferido aqui: 


👉 Dica  Pedagógica: 


A partir da história,  trabalhar a "RECEITA DA SOPA DE MEIAS" possibilita explorar conceitos matemáticos (meia, meio, ¹/² ,  metade, divisão, frações...) e/ou ainda incentivar as crianças a conhecerem e consumirem legumes numa receita bem natural e saudável! 



segunda-feira, 11 de março de 2019

Boas vindas!

"As histórias podem vir de todos os tempos e lugares. 
E eu as conto para que continuem suas jornadas.
Marisa Maia 




Olá, bem vindo(a) ao Blog das Histórias Viajantes!

Eu sou a Marisa Maia - contadora de histórias 
(e mais uns sete-oficios-e-quatorze-necessidades). 

Contar histórias faz parte de uma herança desde um bisavô português (que não conheci, mas meu pai, imitava). Por ser professora, a sala de aula foi o laboratório perfeito para a evolução da parte artística (por isso encontrarão aqui muitas vezes um enfoque voltado para professores).  

Mas não há só  esse enfoque pedagógico. Contar histórias faz parte de um conjunto com várias intercessões: antropológicas, psicológicas, histórico-sociais. As histórias mostram os costumes, as mentalidades, as formas de julgar e decidir de um determinado povo em determinado tempo e lugar. Ou ainda, a sabedoria de toda a humanidade que vai resistindo ao esmeril do tempo e desconhece o que é uma fronteira. 

        "O conto popular (...) é o primeiro leite intelectual. 
Os primeiros heróis, as primeiras cismas, os primeiros sonhos, 
os movimentos de solidariedade, amor, ódio,compaixão, 
vêm com as histórias fabulosas, ouvidas na infância." 
(L. C. Cascudo) 

E por que este nome - Histórias Viajantes

Bom, uso a frase lá em cima para resumir a ideia. Porém, também  costumamos ouvir: 
"As histórias fazem a gente viajar" ou "puxa, eu viajo numa boa história"... 
Então é isso: as Histórias podem percorrer muitos lugares e nós podemos ser levados por ela a muitos lugares, imaginários ou reais - sobre os quais aprenderemos alguma coisa com a narrativa.  

O projeto inicial com este título surgiu em 2008. Percorreu muitas escolas e localidades em pelo menos 13 municípios do estado RJ, em diferentes eventos e situações (eu já me perdi um pouco na contagem, rsrsrs).

Agora, ultrapassada uma década, o trabalho ganhou também as formas virtuais. Deixo aqui o convite para conhecerem o Canal das Histórias Viajantes no YouTube. Foi um novo passo (acho que na verdade foi um salto, rsrsr) 



A arte de contar histórias sofre adaptações, mas também ganha possibilidades, quando entra nessa seara do audiovisual. Estamos em movimento constante de experimentar, aprender e produzir.  

Caro visitante, espero "reencontrá-lo" por aqui. Deixe seus comentários, pedidos, sugestões. E até uma próxima! 


Referências: 

CASCUDO, Luís da Câmara. Contos Tradicionais do Brasil. Ediouro SA. 

COISAS QUE O POVO DIZ

A VERDADE POPULAR NEM SEMPRE AO SÁBIO CONDIZ, MAS HÁ VERDADE SERENA NAS COISAS QUE O POVO DIZ.                    (Aldemar Tavare...